Se ao contratar um crédito habitação tem de ter em conta a sua taxa de esforço, não é menos importante saber que os bancos também usam o teste de esforço, vulgarmente denominado de taxa de stress, para decidir se lhe concedem, ou não, o financiamento que pediu.
Taxa de esforço e teste de esforço são conceitos distintos
De facto, são. E as instituições financeiras usam ambas para decidir se aprovam ou não o crédito de que lhe pediu. Isto porque ambos estão relacionados com capacidade de cumprir, ou não, os seus compromissos financeiros.
Taxa de esforço: o que é e para que a usam os bancos?
A taxa de esforço corresponde à parte do seu rendimento líquido destinada às suas prestações financeiras, expressa em percentagem. Ou seja, é o rácio entre o valor total dos seus encargos financeiros mensais totais e o seu salário líquido.
Se quiser calcular a sua, some o que gasta mensalmente nas prestações dos seus créditos atuais (incluindo o cartão de crédito), junte a prestação mensal prevista para o crédito habitação (se não souber ainda qual será, pode fazer uma simulação aqui) e divida pelo seu rendimento líquido mensal. O seu valor máximo ideal é de 35%, mas existem instituições financeiras que fixam outros limites.
Os bancos usam a taxa de esforço para determinar se tem, ou não, capacidade financeira para fazer face ao pagamento do empréstimo que lhes pediu. Isto porque assumem que, em caso de dificuldades financeiras, pode deixar de pagar os seus créditos para cobrir outras despesas mensais consideradas como essenciais como alimentação.
Teste de esforço: o que é e para que a usam os bancos?
Já o teste de esforço consiste em aplicar um agravamento percentual à taxa de juro vigente na data de contratação do crédito e recalcular a sua taxa de esforço. Isto com o objetivo de garantir que se as taxas de juro subirem, continua a ter capacidade para pagar o seu crédito.
Se por exemplo a sua taxa de esforço na data da contratação do crédito habitação for de 35% e com o teste de esforço passar a ser de 50%, o seu pedido de financiamento vai muito provavelmente ser recusado.
Com que dados calculam os bancos?
Os bancos calculam a sua taxa de esforço com base nos rendimentos mensais que declarou e nos seus atuais encargos financeiros. Para os obterem consultam a Central de Risco do Banco de Portugal, mais concretamente o seu Mapa de Responsabilidades de Crédito, ao qual tem de dar autorização de consulta ao solicitar um crédito. Claro que pode recusar a sua consulta, mas neste caso o banco nem vai analisar o seu pedido de crédito.
Depois, por imposição do Banco de Portugal têm ainda de aplicar o teste de esforço. Só depois decidem a sua concessão (ou recusa).
A taxa do teste de stress é fixada pelo Banco de Portugal
Com a entrada em vigor da Instrução n.º 23/2023 do Banco de Portugal, a taxa de teste de esforço para os créditos de taxa variável ou mista passou a ser de:
- 0,5% em contratos de prazo igual ou inferior a 5 anos (era 1%)
- 1% em contratos de prazos superiores a 5 anos e inferior ou igual a 10 anos (era 2%)
- 1,5% em contratos de prazos superiores a 10 anos (era 3%)
Esta redução da taxa de agravamento da taxa de juro atual do rédito que está a pedir ao banco facilita a sua aprovação, já que vai baixar a sua taxa de esforço corrigida, mas implica que tenha de ter um maior controlo sobre as suas finanças.
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